Prince: uma viagem inesquecível no mundo da música

Prince – um artista completo – conquistou o mundo com o seu talento. “Purple Rain”, “Kiss” e “Nothing Compares 2 U” são alguns dos êxitos que ficarão para sempre na memória dos fãs. Sabia que pode recordá-los agora no ArrábidaShopping? Sim, é verdade, “Prince: As Never Seen Before” chega já a 12 de setembro.

1958. O rock’n’roll começara a afirmar-se neste ano como “o estilo musical do futuro” na América. E, coincidências à parte, na pequena cidade de Minneapolis, nascia a 7 de junho aquele que viria a ser um dos músicos mais venerados do mundo: Prince Rogers Nelson.

A sua mãe, Mattie Della, era cantora de jazz e o seu pai, John Lewis Nelson, mais conhecido por Prince Rogers, foi pianista líder de um trio de jazz. O ADN foi, portanto, um aliado natural para que Prince se fizesse à “estrada da música”.

Prova disso, foi ter escrito a sua primeira música com apenas sete anos, no piano do pai, chamada “Funk Machine”. Mais tarde tocou guitarra na banda “Grand Central”, ao lado de Andre Anderson. Aos 17 anos, juntamente com André Cymone, Prince foi contratado para trabalhar com a banda “94 East”. E foi nesse ambiente de estúdio que gravou as suas primeiras maquetes, que despertaram logo o interesse (e o contrato) da Warner Brothers.

Estávamos em 1978 e as prateleiras das lojas enchiam-se com o álbum “For You”.

 


“Não há nada que o nosso próximo convidado não consiga fazer”

Foi assim que Wolfman Jack, apresentador do programa da NBC “The Midnight Special”, anunciou Prince naquela que seria, em 1980, a sua primeira performance em televisão. Vestido com um padrão de zebra, o cantor interpretou dois temas do seu segundo álbum, editado em 1978: “I Wanna Be Your Lover” e “Why You Wanna Treat Me So Bad?

Imparável. Seria sempre assim a viagem musical de Prince. Ao longo da sua carreira editou 39 álbuns, vendeu mais de 100 milhões de discos e produziu mais de 600 músicas. Conquistou não só sete Grammys, como um lugar no Rock and Roll Hall of Fame, em 2004. Casaria-se mais tarde, duas vezes, e tornar-se-ia testemunha de Jeová e vegan.

A sua voz em Portugal

Foi a 15 de agosto de 1993, no Estádio José Alvalade, que Prince deu o primeiro de quatro concertos em Portugal. Este primeiro fora marcado pela cenografia e pelo alinhamento das músicas – tocadas ora na totalidade, ora subtilmente por breves acordes.

O seu toque de “one man show” voltava a dar nas vistas neste concerto, quando o cantor tentou – e conseguiu – enganar o público nos primeiros momentos. Em vez do cantor, apareceu Mayté Garcia – a sua futura noiva suspensa num baloiço disfarçada de Prince. Fingiu cantar, enquanto dançava e interpretava várias músicas do artista – que estava escondido no fundo do palco, a cantar.

Cinco anos depois, Prince regressou ao nosso país. Com o álbum “1999”, interpretado num concerto único a 15 de dezembro, Prince levou o público ao rubro com a famosa “Purple Rain”, e voltou a repeti-la no final.

Prince não se cansou de aclamar por “Lisboa” e “Portugal”, cantando em seguida e em versão completa “Nothing Compares 2 U“. A frenética música “Kiss” fechou o espetáculo. E o nosso país ficou rendido, tal como o resto do mundo, à excentricidade e à voz magnética do artista.


Regressou mais tarde, a 18 de julho de 2010, para atuar no Super Bock Super Rock. Foi cabeça de cartaz e cantou para 32 mil pessoas, que o acompanharam em “Delirious“, dançaram “Cream” e enlouqueceram com “Let’s Go Crazy“.


Mas acontecera algo especial nesse concerto. Prince subiu ao palco com a fadista Ana Moura e o guitarrista Renato Neto para interpretar “A Sós Com a Noite” e “Vou Dar de Beber à Dor“.  Quando os artistas portugueses abandonaram o palco, Prince disse: “Não vou baixar o ritmo, sei o que Portugal quer”. E sabia: “Kiss” entrou de seguida.

A última vinda de Prince a Portugal deu-se a 17 de agosto de 2013. O concerto teve lugar no Coliseu dos Recreios, onde o cantor deu início ao concerto com 50 minutos de atraso. Mas o público pareceu não se importar quando começou a tocar “Let’s Go Crazy”. Neste último espetáculo, Prince tomou conta do palco todo, ocupando-se do piano, da guitarra e até do baixo, mostrando que era um artista completo, um génio da música.

Ana Moura, a fadista que conquistou Prince

O amor por Portugal facilmente resvalou para uma grande amizade com uma portuguesa: Ana Moura. Prince ouviu-a pela primeira vez num concerto da Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, e deixou-se conquistar de imediato.

A relação de amizade foi crescendo de tal forma que Prince terá, segundo o jornal francês “Le Parisien”, atravessado o Atlântico propositadamente para assistir ao espetáculo da criadora de “Búzios” na prestigiada sala La Cigale, no bairro de Pigalle, em Paris.

Durante esse mesmo concerto, Prince aplaudiu freneticamente a fadista portuguesa. E a sintonia sempre foi tanta que nasceu “Dream of Fire“, a música que ambos fizeram para selar a amizade.


O adeus inesperado

Tinha 57 anos quando morreu a 20 de abril de 2016. Foi encontrado morto na sua casa-estúdio em Paisley Park, em Minneapolis, estado norte-americano do Minnesota. O relatório médico esclarecia que a causa da morte teria sido o consumo excessivo de fentanil, um potente analgésico mais forte do que a morfina.

Jornais de todo o mundo, televisões, redes sociais prestaram-lhe homenagens durante dias, o mundo chorava a morte de um dos mais emblemáticos e geniais músicos. Por cá, em Portugal, também Ana Moura homenageou o artista na cerimónia dos Globos de Ouro, no Coliseu dos Recreios em Lisboa, vestida de roxo.

O autor de “Purple Rain”, “When Doves Cry” ou “Kiss” despedia-se da sua viagem musical, na qual chegou a querer ser conhecido como o símbolo Prince logo.svg e a rebatizar-se como o Artista Anteriormente Conhecido como Prince, numa crítica feroz à indústria discográfica e aos mecanismos da fama.

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Agora, Ana Moura volta a recordar o amigo, num evento imperdível do ArrábidaShopping. É co-curadora da exposição “Prince: As Never Seen Before”. São mais de 50 fotografias inéditas da autoria de Steve Parke, fotógrafo e diretor de arte do artista durante 13 anos, com a parceria da Iconic Images, que chegam a partir de 12 de setembro ao nosso Centro. A mostra, que inaugura às 18h30, tem a curadoria de Cristina Carrillo de Albornoz Fisac, crítica de arte, e conta com atuações da própria fadista portuguesa.

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